sábado, 16 de maio de 2015

Beef Bourguignon

16 de Maio

Esta era uma das receitas que estavam na gaveta para serem feitas quando a coragem assim o permitisse.

Não foi o caso deste sábado, porque decidi fazer "à la beef bourguignon" e não segui a(s) receita(s) existentes à risca. Pelo contrário inventei e alterei, mas tentei manter os principais processos semelhantes.

Esta receita foi talvez a mais complicada e trabalhosa que fiz até hoje, mas o resultado também foi inigualável.

Ligar o forno nos 220º para aquecer bem e começar. A primeira parte é no mínimo, assustadora. A receita original diz para derreter bacon num tacho com um pouco de azeite bem quente, eu não usei o bacon, fiz logo a carne (vaca para guisar aos cubos grandes), que deve ficar bem castanha quase a queimar, por fora. Para isso deve-se deitar só uns quatro ou cinco bocados de cada vez no tacho, e não se pode deixar de mexer nem por um minuto, senão queima mesmo! Se, por outro lado levar muito azeite, vai fritar que também não é o que se pretende.
Esta carne de vaca, esteve em vinho e alho durante três horas e tive que a secar com papel de cozinha antes de a levar ao tacho, qualquer humidade que entre nesta fase, só vai atrasar este "braseamento".

Fui reservando a carne conforme ia ficando pronta, e a seguir foram os legumes apanhar o mesmo tratamento, agora já com o sabor da carne no tacho. Por "pronta" entenda-se bem castanha por fora, mas ainda mal passada por dentro (bocados grandes e lume forte são essenciais).

Os legumes foram totalmente inventados por mim, usei quatro cenouras grandes cortadas à rodelas, meio pimento verde também cortado às rodelas, e dois alhos franceses também cortados da mesma forma. As três cabeças de alho esmagado que estiveram na marinada da carne, também foram nesta altura para o tacho. E toca a mexer para não deixar queimar os legumes (que também não podem levar pinga de água). Quando prontos, vão descansar numa tigela, e a carne volta para o tacho.

Se a primeira parte meteu medo, esta agora estive quase para não a fazer. Com a carne de novo no tacho, deitar, em chuva, duas colheres de sopa de farinha e mexer bem a carne. Quando estiver bem envolvida, meter o tacho no forno por quatro minutos (É óbvio que não se pode usar um tacho com pegas de plástico - o ideal será um tacho de ferro). Passados os quatro minutos, mexer bem a carne e voltar ao forno mais quatro minutos. Foi nesta altura que introduzi o primeiro sal e pimenta.

Entretanto fui preparando dois tomates, não muito maduros, cortados aos cubos grandes (+/- 2 cm), fiz um ramo de ervas com as partes verdes dos alhos franceses e uns bocados de rama de alho.
Juntei ao líquido da marinada dois bons copos de vinho tinto, três colheres de pasta de tomate, uma porção generosa de folhas de tomilho fresco. Quando o tempo de forno acabou tirei o tacho do forno e toca a juntar todo o líquido e legumes. A receita diz para usar caldo até tapar a carne, eu costumo ter sempre, mas desta vez falhei, e usei água. Mexi com cuidado para não estragar muito os ingredientes sensíveis e voltei a meter o tacho no forno, baixando a temperatura para 180º.

Meia-hora depois, verificar se o preparado está a fervilhar um pouco e usar o bom senso.
Se estiver a ferver muito, uma hora depois estará queimado, se não ferver, não vai cozinhar como deve ser. Quando acharmos que está "certo", tapa-se o tacho e espera-se. No meu caso foram 3 horas e meia!
Claro que fui lá espreitar de vez em quando, mexendo devagarinho e, mais ou menos a meio, adicionei mais meio copo de água e mais uma pitada de sal. Quando a carne ficou tenrinha, ficou pronto.

Acompanhei com batatas pequeninas, cozidas com a pele (que tirei antes de servir).
Ficou absolutamente delicioso!

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