sábado, 15 de agosto de 2015

Cozido à Portuguesa

15 de Agosto
Foi dia de cozido.
Como habitualmente, fomos ao talho buscar um bocadinho de cada coisa: Carne de vaca para cozer, ossos de porco, chispe, chouriço, chouriço de sangue, farinheira. Passei pela banca dos vegetais e comprei duas cabeças de nabo, uma vez que foi a Anabela que pediu o cozido teve direito ao prémio das cabeças de nabo, uma vez que, por cá, é a única a gostar. O resto das coisas havia em casa.

Quando cheguei, meti todas as carnes num alguidar e deitei sal por cima e assim ficaram até às sete da tarde, altura em que a panela de pressão foi para a lume. Duas folhas de louro, uma malagueta, um raminho de hortelã, juntaram-se à água e depois as carnes. Deixei ferver por meia-hora. Passado este tempo, meti a panela de pressão debaixo da torneira para parar o vapor e voltou para o lume, aberta. Introduzi aqui o chouriço e verifiquei a cozedura da carne de porco, assim que ficou pronta, retirei e fiz o mesmo com toda a carne, sempre com a água a ferver, fui retirando conforme ia ficando pronta. No fim, não surpreendentemente, ficou a carne de vaca, enquanto esta terminava, cozi os outros dois enchidos que retirei assim que ficaram prontos. A farinheira demora muito pouco a ficar pronta e se cozer demais, já se sabe - desfaz-se. Quando finalmente a carne de vaca ficou bem cozida, retirei-a também (os enchidos também já estavam todos) e provei o caldo, deitei mais um litro de água ferver e corrigi o sal.
E que entrem os legumes! Cenouras cortadas em quatro no sentido do comprimento, uma couve coração e meia couve portuguesa também cortadas em quartos e com a parte do talo retirada. Cinco minutos a ferver, e entraram as batatas e as cabeças de nabo, cortadas em metades.

Enquanto os vegetais coziam, já as diferentes carnes tinham arrefecido o suficiente para as poder cortar em bocados pequenos. Separei os enchidos que também cortei em pedaços e comecei a fazer o arroz. Foram duas canecas de caldo que retirei com uma concha da água que cozia os legumes, desfiz um dos pedaços de farinheira e outro de chouriço de sangue, retirando a pele e assim que levantou fervura deitei-lhe uma caneca de arroz, mexendo bem.

Numa tigela, deitei uma concha de caldo que misturei com uma lata pequena de feijão branco, bem escorrida que ficou a tomar gosto.

Como num número de circo perfeito, o final da confeção do cozido, foi  apoteótico.
Os  legumes a ferver, quase prontos. O arroz a ferver quase pronto, a carne já cortada numa travessa e os enchidos também já cortados num prato, o resto do pessoal a ajudar a pôr a mesa...
Retirei os legumes do lume que dispuz, bem arrumados, numa travessa. Noutra, mais pequena, meti o arroz e o feijão branco. Voltei a escorrer o feijão e retirei o arroz para esta travessa, que também foi para a mesa.




Agora, que a panela só tinha caldo, a carne já cortada voltou para lá. Reaqueceu um pouco e mais importante ainda, ficou bem molhada de caldo, retirei passado um minuto e fiz o mesmo aos enchidos. Apaguei o lume e fui para a mesa juntar-me aos esfomeados que esperavam de água na boca.



Um prato de cozido




Sem comentários:

Enviar um comentário

Qualquer correção, sugestão ou senão, são bem vindos!